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We can be all we want to be – inglês para mulheres negras
Sem fronteiras. inglês para mulheres negras

Mulheres aprendem inglês com referências da história e cultura da diáspora africana

Que tal aprender inglês cantando com Tina Turner, Nina Simone, Beyoncé, ou relatando, em inglês, a vida de Dandara dos Palmares ou Luiza Mahin? Também é possível aprimorar a fluência no idioma ouvindo os discursos de Viola Davis, Oprah Winfrey e lendo Chimamanda Ngozi ou Maya Angelou. Este é o formato do curso de inglês criado para atender às demandas da mulher negra. Porque este é o grupo que geralmente é totalmente excluído das escolas de idiomas e, por mais este motivo, não consegue acessar melhores oportunidades de emprego. “Lecionamos um conteúdo da cultura africana que estimula a curiosidade das alunas. Assim os temas tratados se tornam maiores que as barreiras que a sociedade nos impõe”, explica a professora e poetisa Ryane Leão. O método permite que, durante os estudos, as alunas também descubram mais sobre a própria história e consigam, finalmente, avançar na assimilação do idioma.

Sem fronteiras. inglês para mulheres negras
Inglês para mulheres negras

Protagonistas do conhecimento

O ensino do inglês de forma descolonizada foi desenvolvido por Ryane Leão fundadora da Odara’s School, escola de inglês para mulheres negras. E hoje a escola conta com 400 alunas – cantoras, professoras, estudantes, donas de casa, advogadas, psicólogas, atrizes, jornalistas –. Os perfis são diversos, mas todas têm algo em comum: a falta de estímulo e identificação com o método de ensino adotado nas escolas de idiomas que frequentaram. “Estamos acostumadas a associar a língua inglesa apenas aos Estados Unidos. Mas o idioma é falado em mais de 90 países e muitos deles estão associados à diáspora africana. Temos que lembrar que muito da nossa cultura está registrada em inglês. Desse modo formamos um elo educacional encorajador e de resistência”, segue. A escola é um espaço onde se estuda música, poesia, filmes e biografias de mulheres negras. “Aqui saímos da invisibilidade e somos as protagonistas do nosso conhecimento”.

No Brasil são mais de três mil escolas de idiomas que ensinam inglês, mas, segundo estudo de 2012 da British Council, apenas 5% dos brasileiros são fluentes.

Fluência é fundamental

E a fluência é uma condição para a ocupação de cargos de liderança no mercado de trabalho. Em profissões estratégicas como TI, comunicação ou finanças, termos em inglês são comuns e só quem está acostumado com a língua poderá se destacar. Seria esta mais uma ferramenta para barrar nosso acesso a novas posições no ambiente corporativo? “Com certeza”, afirma a microempreendedora Mariana Queiroz. “A população negra, sempre com menor acesso aos recursos sociais disponíveis, encontra enormes barreiras para ter acesso a meios de aprendizado de idiomas. Além disso, considero muito restrita a eficácia dos métodos mais tradicionais e comumente aplicados para o aprendizado de idiomas, pois não consideram a diversidade dos aprendizes e não oferecerem espaço para processos personalizados”, afirma Mariana que é facilitadora de sonhos e idealizadora do projeto Creative English, desenvolvido inicialmente em Salvador, Bahia, em parceria com o Instituto Mídia Étnica.

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Este post tem 2 comentários

  1. Sarah de Paula

    Boa tarde Mônica.
    Meu nome é Sarah de Paula, proprietária da Aya Education que também é uma escola de inglês com referências do universo negro.
    Parabéns pela sua ótima escrita porém eu sugiro que você verifique melhor suas fontes, pois apesar do estudo do inglês descolonizado ser pequeno em nosso país, ele já acontece desde os anos 90 em varias regiões no Brasil e inclusive já virou matéria de extensão na UFBA , idealizado pela Joelma Santos que traz como referências diversas bibliografias que tratam dessa temática. Sendo assim, dizer que a Ryane Leão desenvolveu o ensino do inglês de forma decolonizada é além de equivocado, desrespeitoso com vários teóricos e ativistas negros que formaram e formam além de falantes no idioma professores capacitamos a fazer o mesmo.

    1. Mônica Costa

      Oi Sarah ! bom dia! Obrigada pelas observações! Vc é uma das fundadoras da Btob não é? Na matéria original eu cito você ( eu já tinha feito um artigo sobre este mesmo tema para um site onde eu era colaboradora). Você tem razão. A forma como o termo foi colocado soa como “exclusivo” né? Não foi minha intenção. Não conheço o trabalho da Joelma Santos e vou pesquisar mais sobre o tema. A proposta do blog é trazer à tona todas as iniciativas de mulheres negras para fazer desta nossa sociedade um lugar melhor! Me mande notícias da Aya!Será um prazer falar também deste projeto lindo!

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