Pesquisa realizada pelo Instituto Guetto em parceria com a plataforma de empregos Indeed, com 245 profissionais negros, revelou que 47,8% dos entrevistados não têm a sensação de pertencimento nas empresas em que trabalham. E os motivos vão desde a ausência de lideranças negras nos ambientes corporativos até a falta de conhecimento, interesse e até mesmo respeito sobre o perfil do colega negro.
A pesquisa que foi divulgada amplamente por diversos meios de comunicação aponta que a sensação de estar sempre em estado de alerta é uma constante. Seja por ser a única (ou uma das poucas) pessoas negras no ambiente faz com que a necessidade de fazer o melhor sempre aumente. Sem contar as piadas, os olhares esquivos para o nosso cabelo black, nossas tranças, turbantes, roupas, gostos musicais, enfim, a lista é interminável.
Falar sobre nossas preferências culturais, religiosas ou afetivas também é um outro ponto outro ponto de atrito.
Quando eu atuava como jornalista vivi situações similares incontáveis vezes. Vivia repreendendo o uso do difamado da palavra “denegrir” nos textos ou rodas de conversa. Explicando ou corrigindo o uso pejorativo de termos religiosos que ferem o nosso sagrado, e, até dando consultoria sobre a simbologia do turbante para nós mulheres negras. Uma rotina extremamente cansativa.
Há consultorias que prezam pela inclusão antirracista e realizam um trabalho heroico nesta área, como a Empregueafro e a Indique Uma Preta, entre outras tantas iniciativas que fazem o importante papel de promover ações para a ampliação da diversidade nos ambientes corporativos.
Mas daí até a construção de uma sociedade livre de expressões preconceituosas e estereotipadas sobre a população negra é uma outra história.
Todas estas questões afetam nossa autoestima e autoconfiança e podem nos levar para um caminho tortuoso da negação: dos nossos traços, das nossas preferências culturais, da nossa religião.
Daí a importância de nos apoiarmos nos nossos, fortalecermos a nossa autoestima a partir do conhecimento da verdadeira história sobre os nossos ancestrais e usar nossos recursos financeiros para fortalecer a nossa comunidade, fomentar a construção do patrimônio entre nós para que os nossos filhos já não se sintam isolados e solitários no comando das grandes empresas que podemos construir.
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No âmbito do meu último emprego CLT não tive problemas e me senti sempre pertencente.
Mas nos anteriores a este passei por situações que deixaram claro o preconceito, o pré-julgamento.
Infelizmente isso ainda é muito frequente na nossa sociedade e no mundo corporativo.