Mulher Plural

Como nossas ancestrais, ela encontra nos desafios a energia para ir cada vez mais longe.
Como nossas ancestrais, ela encontra nos desafios a energia para ir cada vez mais longe.

Como nossas ancestrais, ela encontra nos desafios a energia para ir cada vez mais longe.

Inspirada na filósofa americana Ângela Davis (como muitas de nós), a empresária gaúcha Caroline Moreira acredita que “quando uma mulher negra se movimenta, tudo se movimenta ao redor dela”. Mentora, palestrante e consultora de negócios, Caroline é a CEO do Negras Plurais uma rede de aceleração de negócios que oferece cursos, workshops, imersões e mentorias e que já impactou mais de mil projetos de mulheres negras e empreendedoras desde 2018.

O propósito da rede é produzir conhecimento para que os negócios dessas mulheres sejam planejados com metas e objetivos dinâmicos afim de obterem os melhores resultados, garantindo assim, o empoderamento financeiro.

O propósito da rede é produzir conhecimento para que os negócios dessas mulheres sejam planejados com metas e objetivos dinâmicos afim de obterem os melhores resultados, garantindo assim, o empoderamento financeiro.

Este é um tema muito abordado aqui no @granapretta, afinal, todos os esforços que colocamos em um projeto têm, além da realização pessoal e de um propósito, a motivação financeira. E neste ponto Caroline compartilha do nosso ponto de vista “A baixa autoestima é o que mais nos afasta do dinheiro. É uma questão extremamente importante mexer nessa estrutura para depois pensar educação financeira”, afirma.

No Negras Plurais, segundo ela, a ideia não é nem reeducar financeiramente e sim saber como ganhar dinheiro e aprender estratégias de emancipação da mulher negra através da economia. “Enquanto não formos nós que vamos assinar os contratos e decidir quem queremos contratar, que vamos decidir o que queremos comer, vestir e onde ir, enquanto não tivermos essa liberdade que apenas o dinheiro traz, fica muito difícil falar de empreendedores e de empoderamento. As coisas precisam ser complementares e ser empreendedora negras é ter essa pluralidade”.

Sempre se reinventando

Nossos saberes e vivências têm valor

Momentos de crise (que não são poucos) sempre foram superados por nossas ancestrais com criatividade e inovação. Com Caroline, que é casada e tem dois filhos, não tem sido diferente. Durante a quarentena quando as injustiças sociais acentuaram ainda mais a vulnerabilidade da mulher negra, Caroline se superou no desenvolvimento de projetos para atender a demanda da categoria.   Criou o Workshop Na Crise, sonhe, e segue como mentora de oito mulheres negras com projetos que nasceram do workshop. Colaborou com a elaboração da Fábrica Preta, agência de Inteligência de Conteúdo 100% composta por profissionais negros, que além de mulheres, também conta com a população LGBT e periférica e tem como objetivo atuar na gestão, desenvolvimento e produção de conteúdo para outras marcas.

Ao lado de Adriana Barbosa, do Instituto Feira Preta e Ludmila Oliveira, da Crioula Criativa, criou o Projeto Afro Máscaras, voltado para empreendedoras negras que produzem máscaras durante o período da pandemia. A iniciativa permitiu a autonomia financeira para mulheres periféricas que ficaram sem opções durante a crise causada pelo isolamento social e ao mesmo tempo fomentou uma rede de solidariedade na doação das máscaras. “Nós, mulheres negras, somos as macro-gestoras desse Brasil e nossos saberes e vivências têm valor. Não é algo novo que estamos inventando. Só criamos uma nova maneira para trazer dignidade para essas mulheres fazendo o bem”, explica.

Aplicativo Negras Plurais

Neste dia 25 de julho, quando comemoramos o dia internacional da mulher negra latina e caribenha, Caroline nos presenteia com o aplicativo Dê um Match nas Negras Plurais,  o primeiro marketplace de empreendedoras negras da América latina, O projeto, que também ganhou vida durante a quarentena visa conectar empreendedoras negras que poderão cadastrar gratuitamente todo seu estoque para venda, e o comprador que terá facilidade de pagamento. O aplicativo automatiza processos para que os consumidores façam a economia girar entre mulheres negras. A iniciativa pretende impactar dez negócios em periferias de todo o Brasil. No mapeamento realizado pelo coletivo, estão em destaque as cidades de Porto Alegre, Santa Catarina, Amapá, Belém do Pará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Brasília e Ceará.

O Lançamento será durante o maior Festival de Mulheres Negras da América Latina, o @afrolatinas, graças à participação de 198 benfeitores.  “O meu propósito é transformar e despertar potências invisibilizadas pela sociedade”, finaliza.

E alguém duvida da potência desta mulher?

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