Em abril deste ano, foi inaugurada na Praça da Liberdade, região central de São Paulo – e um dos primeiros quilombos da cidade – uma estátua de bronze em homenagem à madrinha Eunice, uma das figuras mais importantes da história do samba de São Paulo.Sambista e ativista do movimento negro, Deolinda Madre, nasceu em 1909, na cidade de Piracicaba, no interior paulista. Veio para a capital aos 11 anos com os pais, negros alforriados para viver na região da Liberdade.Foi comerciante e ainda menina,começou a vender limões em uma banquinha e chegou a ter quatro grandes bancas de venda de frutas, que sustentavam os três cômodos que alugava em uma casa na Rua da Glória.

Era uma mulher revolucionária, à frente de seu tempo, na década de 30, quando todas as agremiações carnavalescas se identificavam como cordão, a madrinha Eunice, à época com 28 anos, decidiu fundar uma Escola de Samba ! E nasce assim a Sociedade Recreativa Beneficente Esportiva da Escola de Samba Lavapés Pirata Negro, que completou 85 anos em fevereiro deste ano e hoje é a mais antiga de São Paulo e ainda em operação na cidade.
Foi casada com o italiano Francisco Papa, também conhecido como Chico Pinga, mas, décadas depois, quando o marido exigiu que ela escolhesse entre ele e o samba, a madrinha Eunice pediu a separação.
Não teve filhos biológicos, mas batizou mais de 40 crianças. Presidiu a escola até 1995, quando faleceu, aos 87 anos, devido a complicações da diabetes.
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